Xiaomi: a gigante chinesa que decidiu apostar em Portugal

A nova marca de smartphones vinda da China tem conquistado os fãs portugueses pelos seus produtos de qualidade e a preços acessíveis.

Com pouco tempo de vida, a Xiaomi já conta com uma história de sucesso e de desenvolvimento notável no setor tecnológico. Foi fundada em abril de 2010 em Pequim, na China, por oito sócios. Um deles e actual CEO do grupo é o engenheiro Lei Jun, conhecido como o Steve Jobs da China. Antes de possuir lojas físicas, a Xiaomi vendia os produtos pela internet.

A estratégia da empresa é simples e recomenda-se: produzir produtos de boa qualidade, com um bom design e a preços acessíveis. Considerada como a Apple Chinesa, a Xiaomi destaca-se de todas as outras pela publicidade, já que não investe milhões.

Inicialmente, a estratégia de marketing foi simples e eficaz: de boca em boca. Uma das primeiras medidas de divulgação da marca foi enviar para alguns Influencers os seus produtos, maioritariamente smartphones.

Em troca, estes tinham que dar a opinião através de publicações em sites, redes sociais ou no Youtube. Este foi um método que mostrou ser eficiente, rápido e com menos custos associados. Hoje, a marca continua a não apostar milhões em publicidade e recorre às próprias redes sociais para promover os novos produtos. 

Em 2013, e após quatro anos de sucesso na China, a internacionalização da marca era inevitável. Inicialmente, Índia, Singapura e Tailândia foram os mercados escolhidos, devido à próxima localização geográfica com a sede.

Mais tarde, seguiram-se a Turquia e o Brasil, mercados com muitos consumidores, com boas infraestruturas de comércio electrónico e com fortes operações de telecomunicações. Este ano, a empresa decidiu expandir o negócio para Portugal. 

Traduzindo em números, a Xiaomi é a empresa chinesa que mais rapidamente alcançou o lucro de 45 milhões de dólares. Em apenas cinco anos, o grupo acumulou um valor de mercado superior a 45 biliões de dólares, com mais de 160 milhões de utilizadores a nível mundial.

Em 2018, o grupo ocupou o quarto lugar nas vendas de smartphones, atrás das gigantes Samsung, Apple e Huawei. Com apenas nove anos, a Xiaomi já detém 9.7% de quota de mercado mundial em telemóveis. Na Índia, o valor atinge os 27% e na China os 12%, atrás da Oppo, Vivo e Huawei.

Quanto a recordes, em 2015, a gigante chinesa vendeu, em dia de aniversário, 2.11 milhões de smartphones num único dia. Dois anos depois, em outubro, a Xiaomi voltou a bater um outro recorde, abrindo, no mesmo dia, 500 lojas físicas na Índia. Já no ano passado, o grupo decidiu montar o maior painel feito com ecrãs de telemóveis.

Esta foi uma estratégia da marca para divulgar o novo modelo que havia lançado, o Xiaomi Mi Play. Ao todo, foram usadas 1008 unidades para produzir uma árvore de natal com oito metros de altura, entrando de imediato para o livro de recordes do Guiness. 

 

 

 

 

É o caso da Mi Electric Toothbrush, uma escova de dentes elétrica, manuseada a partir do smartphone da marca, que faz a análise e monitoramento de cada escovagem, além de permitir programar o tempo e a intensidade da limpeza. 

Segue-se a Xiaomi Smart Sneakers, uns ténis desportivos que contêm um chip com uma bateria capaz de ler toda a atividade física e enviar um relatório detalhado para o smartphone. Para que isso aconteça, os consumidores só têm que instalar a aplicação Mi Fit, disponível para Android e IOS. Este produto surgiu em abril de 2017 e no início deste ano, o grupo lançou a Xiaomi Smart Sneakers 2, com um design mais arrojado, desportivo e a um preço mais baixo. 

A Xiaomi Ninebot Segway ES2 Scooter é outro produto inovador que conquistou o mercado. Trata-se de uma trotineta com uma bateria de 25 km de autonomia que suporta até 125 kg de peso. A ES2 Scooter apresenta-se como uma alternativa aos transportes motorizados e ao trânsito, sendo uma trotineta inovadora e ecológica.

Ainda na aposta ecológica, em julho de 2016, a marca lançou uma bicicleta elétrica dobrável, a Mi QiCycle. Esta bicicleta é constituída por faróis embutidos, luzes de travão, um motor de 200 watts e uma aplicação utilizada via Bluetooth, onde o consumidor poderá aceder a dados como a velocidade média, a quilometragem, o consumo médio e a durabilidade da energia. 

Para além dos já ditos, a gigante chinesa possui ainda uma balança inteligente capaz de fornecer dez tipos de informações corporais, desde peso, massa muscular, IMC, nível de água, etc. A Xiaomi Smart Sclae alia o design arrojado à eficiência e fiabilidade da balança.

O último produto é considerado a grande novidade deste ano. Nas redes sociais, a marca anunciou um novo produto, totalmente diferente dos desenvolvidos até então: um automóvel. Trata-se de uma empresa desenvolvida pela Xiaomi, apelidada como Redmi, que se dedicará ao setor automóvel. O modelo é de um carro já existente, o Bestune T77, o que ajuda a Redmi a lançar-se mais rapidamente no mercado automóvel.

Embora o modelo seja de um automóvel já existente, o Redmi vai ter a identidade da Xiaomi e a marca promete continuar a defender os seus pilares de qualidade, design e preço baixo. A versão mais simples do automóvel tem um custo de 11.900 euros. No futuro, a Redmi espera construir os seus próprios carros de raiz e lançar um veículo elétrico, concorrendo diretamente com o grupo Tesla.

Assim sendo, o universo de produtos Xiaomi pode ser dividido nas seguintes categorias: smartphones; wearables; pequenos eletrodomésticos; gadgets e, mais recentemente, automóveis. 

A aposta no mercado português

Em Portugal, a entrada no mercado foi discreta, mas prevê-se uma forte aposta da marca pelo país.

Após nove anos de história, a Xiaomi decidiu apostar no mercado português em junho deste ano, com a abertura de uma loja na cidade do Porto. Dois meses depois, em setembro, a marca apostou na segunda loja, em Oeiras, e já neste mês, em outubro, abriu a loja física em Braga. Até ao final deste ano, o CEO da marca revelou que pretende abrir mais duas lojas físicas no país.

Na loja do Porto, para além dos smartphones, o espaço possui computadores, trotinetas, balanças e escovas de dentes da fabricante. Um facto incomum já que esses produtos, por norma, não estão à venda em espaços físicos, apenas no site da loja. 

Numa entrevista divulgada pela Lusa o responsável pelas lojas Xiaomi em Portugal referiu que as mesmas têm tido uma grande procura e sucesso, estando a marca confiante nesta estratégia de expansão da marca. “Estamos empenhamos em fortalecer a nossa presença na Europa, incluindo na Península Ibérica, que consideramos um mercado prioritário. Aos portugueses, deixamos a garantia de produtos inovadores a preços justos”.

Quanto ao mercado, “Portugal é um mercado chave para a nossa expansão e no próximo ano queremos continuar os esforços de expansão, o que inclui, claro, a abertura de mais lojas Xiaomi. Em termos de estratégia, tal como noutros mercados europeus, estamos a marcar a nossa presença através de parceiros locais, colaborando com os grandes distribuidores, que conhecem os mercados. Assim, podemos aumentar o alcance dos nossos produtos no país”. 

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