O mês de maio registou um aumento substancial em relação a abril e conseguiu assumir-se como um dos melhores meses desde que as Autorizações de Residência para Atividade de Investimento (ARI) – vulgarmente conhecidas por vistos Gold – foram criadas, apesar do estado de calamidade e das respectivas restrições à mobilidade, nacionais e internacionais.
O valor médio de investimento pelas ARI atribuídos em maio de 2020 foi de 568 mil euros e atribuídos 270 ARIs, mais 217 que no mês anterior e mais do dobro dos atribuídos no mês homólogo do ano passado quando foram atribuídos 120 vistos.
A Imovendo, uma consultora imobiliária portuguesa, divulgou esta quinta-feira, 25 de junho, um relatório que destaca os números de autorizações de residência para actividade de investimento divulgados pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF). O mesmo, revela que em maio foram atribuídas 270 autorizações, quintuplicando o número apurado no mês anterior.
“Os números destacam-se não tanto pela sua dimensão, mas pelo ato de curto-circuitarem uma tendência de um certo aparente esgotamento que este veículo de investimento evidenciava ao longo dos últimos dois anos”, escrever o CEO da Imovendo, Manuel Braga, no referido relatório. Mas há dúvida sobre se o dinamismo detectado em maio será para manter, Manuel Braga diz que os dados apurados permitem antecipar que tal não vai acontecer.
O “aparente esgotamento” a que se refere Manuel Braga pode ser intuído nos números de “vistos gold” atribuídos no mês de maio dos anos anteriores: 81 (2017), 120 (2018) e 82 (2019). Mas é mais claro se se analisar o número de ARI atribuídas nos meses imediatamente anteriores: disparou dos 55 registados em março e dos 53 de abril para os 270 verificados em maio. O melhor mês de sempre havia sido em abril de 2017, com cerca de 300 ARI atribuídas.
O CEO do grupo sublinha ainda que o “facto de os preços no imobiliário não terem sofrido quaisquer oscilações significativas e o facto de as novas angariações continuarem a níveis estáveis contribuiu para que investidores nacionais e internacionais tenham decidido apostar em Portugal”.
Nesta subida surpreendente, a nacionalidade chinesa e brasileira (e em menor grau, norte-americanos, indianos e turcos) são os que mais investiram em maio, de acordo com a análise da Imovendo. Segundo o grupo, é necessário “assegurar a aquisição de activos seguros, que lhes garantam uma elevada protecção face a desvalorizações cambiais nos seus países de origem e que lhes permitam abrir uma janela de oportunidade, caso haja a necessidade de ter acesso a um espaço económico, político e sanitário seguro, como é o europeu, num contexto global”.
