É oficial: Grupo CESL Ásia já é dono da maior produtora agropecuária do Alentejo

A aquisição do “Monte do Pasto” do Grupo Saltipround resultou num investimento de cerca de 40 milhões de euros. A 8 de outubro os empresários apresentam o futuro da agropecuária em Lisboa. 

Foi a 1 de março que a empresa macaense CESL Asia assinou um acordo para comprar a produtora de gado bovino, localizada nos municípios de Cuba e Alvito, no Alentejo. A compra foi feita ao Novo Banco e ontem foi oficialmente formalizada em Lisboa. 

Trata-se de uma aquisição significativa, avaliada em 3700 hectares de terra agrícola. O terreno é usado para pastagens e beneficia com condições naturais e acesso à água da barragem do Alqueva. Embora o valor não tenha sido oficialmente divulgado, a Lusa avançou que o investimento custou 37,5 milhões à empresa macaense. 

Até à venda, o Monte do Pasto era um negócio “que exportava 30 mil cabeças de gado por ano para a Argélia, Espanha, Israel, Líbano, Marrocos e Palestina”, disse o presidente da CESL Asia, António Trindade, em entrevista à Lusa na assinatura do acordo. 

Para este projeto, o grupo conta com a ajuda financeira do Banco da China e a 1 de março, para além do acordo que viabilizava a compra da agropecuária, o grupo celebrou também um acordo de cooperação entre o CESL Ásia e o Banco da China. “Estamos a construir uma plataforma financeira em Macau para apoiar a nossa plataforma de desenvolvimento de projetos, ao mesmo tempo que expandimos a nossa cooperação com instituições financeiras entre a China, Portugal e Macau”, revelou o CEO da empresa.  

A CESL Ásia fez história com este acordo, já que foi o primeiro banco local a assinar um acordo de cooperação estratégica para o desenvolvimento conjunto de uma plataforma financeira para investimentos nos entre os dois países. 

Para o grupo, o Monte do Pasto servirá de intermediário entre Portugal e Macau. O objetivo é continuar com as produções de carne de bovino já existentes e lançar novas atividades agrícolas e pecuárias sustentáveis, que contribua não só para o desenvolvimento do Alentejo, como também para o desenvolvimento da economia portuguesa. 

Para além disso, o CELS Ásia espera aumentar as exportações e a cooperação social económica entre Macau, China e os Países Lusófonos. Quanto às previsões, o grupo macaense prevê que até 2021 o volume de negócios aumente para cerca de 70 milhões de euros, dispondo de 550 funcionários. 

No próximo dia oito de outubro, às 18h, no Salão Nobre da Pousada de Lisboa, o CELS Ásia irá apresentar às autoridades portuguesas, às partes interessadas e à comunidade empresarial a visão que têm para o futuro do Monte do Pasto. Na cerimónia, a empresa macaense vai também divulgar a parceria internacional com a plataforma de desenvolvimento FOCUS – plataforma de base operacional para empresas de alimentos e energia renovável em Portugal, Macau, China e os Países de Língua Portuguesa. 

CESL Ásia

Fundada em 1987, a CESL Ásia define-se como uma empresa macaense de matriz portuguesa que opera na área da consultadoria e operação nos setores da energia e do ambiente. Atualmente é constituída por 450 funcionários. 

O grupo é constituído por três empresas, sendo duas responsáveis por serviços relacionados com a engenharia, arquitetura, design ou tecnologia. Além disso, a empresa beneficia o aeroporto, trata de águas residuais, ajuda na construção de pontes e estuda as melhores formas de construir edifícios. 

O CEO é António Trindade, um português que vive há 30 anos em Macau. 

 

CELS ÁSIA

Segundo o mesmo, a CESL Ásia “está permanentemente a ajudar quem vive e vista Macau e no presente está numa fase boa. Temos desafios bastante grandes, mas positivos. Somos um grupo que vende serviços de alto valor acrescentado num ambiente de grande concorrência pelos recursos existentes”. 

Para o imigrante português, investir em Portugal faz todo o sentido num mercado cada vez mais exigente e concorrido. “A aposta no Monte do Pasto foi e será uma aposta ganha. Este é um setor chave para nós, para a China e para o mundo”. 

Embora este seja o maior investimento do grupo em Portugal, não é o primeiro. Nos últimos anos, o grupo macaense tem vindo a desenvolver investimentos, gestão e capacidades operacionais em Portugal. A “Uma Faixa, Uma Rota” e a cooperação com uma plataforma para o comércio entre a China e os Países de Língua Portuguesa são exemplo. 

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